
Senti frio.
Ergui a cabeça,
Mas não abri os olhos para realidade.
Já não estavas lá.
Apenas sentidos,
Nada mais.
Nem o vapor no espelho ficara.
Ordenei ao meu corpo que se levantasse.
Ignorou.
Insisti, «tens que te recompor».
Então, de orgulho ferido arrastou-se.
Reneguei o meu reflexo.
Aquilo não era eu,
Não era possível.
Presa no que não desejara,
Já não me conhecia.
Arrastei outro pé.
«Porque não estás comigo?»
Já não te reconhecia,
O teu sabor em mim não passava de uma ilusão.
Os meus sentidos atordoados pelo teu toque,
Cada bater de coração.
Tudo passado.
Deixei-o afundar-se sobre o gelo luminoso.
Sem pensar, sem sentir,
Ergui o olhar,
E, quase num reflexo vi a solução.
Tudo agora fazia sentido.
Não tive medo.
Decidi enfrentá-lo.
Fitei-o até que nos voltássemos a tornar num só.
Por momentos senti que tudo estava bem.
Mas não. Apenas outra ilusão.
Não estava bem,
Mas sim desperta.
Lentamente, comecei a reconhece-lo.
Era eu, conseguia senti-lo.
Vi uma sombra mover-se ao longe.
Voltara.
Virei-me.
Agora, com todos os sentidos em mim,
Procurei-o.
Ergui a cabeça,
Mas não abri os olhos para realidade.
Já não estavas lá.
Apenas sentidos,
Nada mais.
Nem o vapor no espelho ficara.
Ordenei ao meu corpo que se levantasse.
Ignorou.
Insisti, «tens que te recompor».
Então, de orgulho ferido arrastou-se.
Reneguei o meu reflexo.
Aquilo não era eu,
Não era possível.
Presa no que não desejara,
Já não me conhecia.
Arrastei outro pé.
«Porque não estás comigo?»
Já não te reconhecia,
O teu sabor em mim não passava de uma ilusão.
Os meus sentidos atordoados pelo teu toque,
Cada bater de coração.
Tudo passado.
Deixei-o afundar-se sobre o gelo luminoso.
Sem pensar, sem sentir,
Ergui o olhar,
E, quase num reflexo vi a solução.
Tudo agora fazia sentido.
Não tive medo.
Decidi enfrentá-lo.
Fitei-o até que nos voltássemos a tornar num só.
Por momentos senti que tudo estava bem.
Mas não. Apenas outra ilusão.
Não estava bem,
Mas sim desperta.
Lentamente, comecei a reconhece-lo.
Era eu, conseguia senti-lo.
Vi uma sombra mover-se ao longe.
Voltara.
Virei-me.
Agora, com todos os sentidos em mim,
Procurei-o.

Não podia conformar-me.
Não podias tornar-te passado.
Ilusão,
Reflexo ideal do impossível.
Não estavas lá.
Um arrepio.
Bloqueei.
«És, foste tanto».
Não podia ser verdade.
Deixei de me sentir.
«Não, não pode ser verdade.
Não é verdade.»
Cerrei os olhos com toda a força que me restava.
Desejei.
Implorei de cabeça erguida.
E senti o meu sangue voltar a correr, ardente.
Preenchendo cada milímetro do meu ser, para logo se tornar cinza.
Tudo se desvaneceu em cinzas.
Pó, vestígios de um fogo ardente.
Que o orvalho levou.
Voltei a sentir medo.
Pânico, quis gritar.
Mas tive medo.
Recusei-me a abrir os olhos,
E a sombra apoderou-se de mim.
Os meus sentidos, tornados então gelo pálido.
Terra húmida do que um dia fora neve resplandecente.
Cai em terra firme, de vez inânime.
Fim de jogos, de ilusões e reflexos.
Fim de vida, de sombra, fim de neve.
Fim de pesadelos e vontades.
Já nada importava, nunca mais, para sempre.
Tudo o mesmo.
Acordei, eternamente sem sentidos.
Agora tudo se tornara obvio.
Finalmente, realizei…
Terias estado comigo alguma vez?
Quis abrir os olhos, mas era tarde demais.
Eternamente sem sentidos.
